4 meses de espera, risco a saúde e sobrecarga, conheça os problemas da odonto
Desde outubro, os trabalhadores da odontologia, junto com o SIFAR, realizaram denúncias em relação às péssimas condições de trabalho impostas pela Prefeitura, e, portanto, como o atendimento odontológico da população está prejudicado.
A Unidade de Saúde (UBS) Santa Mônica foi usada como exemplo para a denúncia realizada para a Vigilância Sanitária de Araucária. Entre os problemas está a falta de climatização, não existe renovação do ar nos consultórios quando não é possível deixar a janela aberta, além do desconforto térmico; tem sujeira nas paredes e pisos; falta de móveis e mobiliário inadequado que contribui para o risco de contaminação e adoecimento dos servidores devido à falta de ergonomia; pouca iluminação; além da falta de trabalhadores e desvio de função.
Uma das situações mais graves é a utilização de um compressor de ar a óleo que não é recomendado pela Secretaria de Saúde do Paraná (SESA). Isso porque, os compressores a óleo, além de serem inflamáveis, também podem gerar o contato do óleo com o paciente através da mistura entre óleo e ar comprimido na hora da aplicação do ar na boca. Além disso, para o funcionamento dos compressores é necessária a manutenção constante do filtro, que nem sequer foi encontrado na realização da inspeção da vigilância sanitária.
Já em relação a falta de trabalhadores, da categoria dos dentistas faltam pelo menos 11 profissionais se levarmos em consideração o dimensionamento proposto pela Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre a proporcionalidade de dentistas por habitantes, e o que a própria Prefeitura de Araucária dimensionou como necessidade do município. Os auxiliares de consultório odontológico também estão defasados em pelo menos 12 trabalhadores.
De acordo com os trabalhadores, a falta de estrutura e de profissionais não permite que sejam realizados procedimentos de emergência, prejudicando os atendimentos. A sobrecarga da odontologia também fica explícita ao olhar a agenda de retorno dos pacientes que está para o fim de abril e começo de junho de 2025, ou seja, 4 meses de espera.
Prefeitura não resolve e nega sobrecarga de trabalho
Em reunião com a Prefeitura, a administração afirmou a que será iniciada uma triagem de emergência em unidades com maior porte. Entretanto, não se comprometeu a reforçar a equipe de nenhuma delas para realizar este processo, além de ter negado em toda a resposta oficial a sobrecarga de trabalho e o adoecimento dos servidores da odontologia.
A resposta é insuficiente e parece mais uma forma de tapar buraco até a próxima gestão. Além disso, até onde foi repassado ao SIFAR, a gestão ainda não respondeu os pedidos de adequação realizados pela vigilância sanitária.