Fechamento da Fafen atinge trabalhadores da fábrica e serviços públicos de Araucária

Nessa terça-feira (14), foi confirmado o fechamento da Araucária Nitrogenados, mais conhecida como Ansa/Fafen-PR. O anúncio também afirma que os 396 trabalhadores da fábrica e os cerca de 600 funcionários terceirizados serão demitidos sem qualquer negociação anterior entre a diretoria da Petrobrás e os trabalhadores da unidade sobre uma possível paralisação das atividades, como determina a legislação trabalhista.

O anúncio é assustador para os trabalhadores da unidade e suas famílias, já que os índices de desemprego estão cada vez mais alarmantes.

Outra preocupação é o discurso que o governo Hissam pode adotar. Como a Fafen repassa recursos para o município por estar instalada em Araucária, a gestão pode querer precarizar ainda mais os serviços com essa justificativa. Mas nós sabemos que essa não é uma questão de falta de dinheiro, mas, sim, de priorizar serviços de saúde, educação e assistência públicos ao invés de favorecer os empresários.

Impactos para o país

O fechamento da Fafen-PR pode aumentar ainda mais a dependência da agroindústria brasileira da importação de fertilizantes. Somada às outras duas Fafens que a Petrobrás arrendou no fim de 2019, na Bahia e em Sergipe, a unidade garantia o abastecimento de cerca de 30% do mercado brasileiro de ureia e amônia.

A Fafen é a única fábrica de fertilizantes que opera com resíduo asfáltico no país. A justificativa para o fechamento é o prejuízo gerado na produção de amônia e ureia, produtos finais que estão mais baratos do que a matéria prima utilizada.

A diretoria da Petrobrás também negocia a venda da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar) e da Industrialização do Xisto (SIX), ambas no polo de Araucária, no Paraná. Essas duas unidades integram o pacote de oito refinarias, com suas redes de dutos e terminais, que a estatal pretende privatizar.

O capital utiliza todos os recursos que tem à mão para atacar os trabalhadores e seus direitos e esse é mais um dos casos em que a classe pode ficar desassistida de saúde, educação, assistência social, para além de seus salários, para garantir o lucro dos empresários e banqueiros. Contra os desmandos do patrão, a nossa luta continua. Firmes!

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