Troca-troca não resolve problemas da saúde de Araucária!

Coluna do SIFAR publicada na edição de 18/10/2018 no Jornal O Popular

A Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) passa por mais um episódio de dança das cadeiras. Há mudanças na direção geral, no departamento de atenção básica e no departamento de urgência e emergência.

Mas, a dúvida que não quer calar é: essas mudanças vão resolver alguma coisa para quem precisa usar o sistema público de saúde de Araucária?

Aparentemente, a dança das cadeiras na SMSA foi motivada pela opinião pública. Ao que parece, o resultado de uma pesquisa evidenciou diversos problemas na área da saúde e o avaliou como o pior setor do município.

Nós sabemos que isso não é de hoje, não é mesmo? Como o SIFAR já denunciou inúmeras vezes, a gestão Hissam tem promovido o desmonte da saúde pública desde o início do mandato. A Prefeitura insiste em terceirizar os serviços de atendimento à população trabalhadora da cidade e escolhe não convocar os candidatos aprovados no último concurso público. Ou seja, não adianta trocar os cargos da Secretaria se não fazem a “lição de casa”!

A gestão Hissam não cumpriu nem as promessas mais simples feitas em negociação com o SIFAR e os servidores. Para cobrir o maior déficit de profissionais da saúde, que são as equipes de enfermagem, a Prefeitura precisa aumentar o número de cargos de técnicos de enfermagem no Estatuto do municipio, já que afirmam que não podem mais contratar auxiliares de enfermagem e, sim, técnicos. Para isso, a administração só precisa enviar o projeto de lei, que está parado há quase dois anos no departamento de gestão de pessoas, para a Câmara Municipal. Outro projeto parado é a criação do cargo de auxiliar de farmácia, que resolveria um grande problema da saúde que é a equipe de enfermagem atendendo nas farmácias.

Para além disso, há uma lentidão da administração em atender o Termo de Ajuste de Conduta (TAC), que determina, entre outras coisas, que o prefeito tem que recuar na terceirização do HMA e não pode terceirizar a UPA Planalto.

O governo do ex-prefeito Rui Sérgio Alves de Souza e a gestão Hissam recorreram de duas ações que indicavam que a administração contratasse servidores por meio de concurso público, mesmo acima do limite prudencial (teto dos gastos com pessoal).

Araucária tem Gestão Plena em saúde. Esse é um termo dado pelo Ministério da Saúde para os municípios que são obrigados a atender a população em todos os níveis, desde a atenção básica (unidades de saúde), ambulatórios (especialistas) e hospital (que é alta complexidade). Por isso, Araucária deveria ter a capacidade de ofertar todos os serviços de assistência à saúde. Mas, o que ocorre é o contrário: a população está cada vez mais desassistida, sem consulta com especialistas e também sem exames.

A dança das cadeiras pode até continuar, mas, enquanto não resolverem de fato a raiz dos problemas e continuarem a privatizar a saúde pública, os trabalhadores da cidade continuarão sofrendo com o atendimento.

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