Domingo de resistência: Parada LGBTI+ e protestos contra a PEC da blindagem marcam o dia 21 de setembro
A 1ª Parada LGBTI+ de Araucária aconteceu no mesmo dia em que, em Curitiba e em todo o Brasil, acontecia o ato contra a chamada PEC da Blindagem, que impede que processos criminais sejam abertos contra parlamentares sem o aval da Câmara ou do Senado – ou seja, dos comparsas dos próprios investigados – e contra a anistia de Jair Bolsonaro (PL) e dos militares que organizaram a tentativa de golpe de Estado no Brasil.
Enquanto gritos de resistência e de celebração pela existência das pessoas LGBTI+ ecoavam em Araucária, mais de 15 mil pessoas ocupavam as ruas de Curitiba para dizer não à impunidade dos parlamentares e dos militares. Ambos os movimentos fizeram com que este domingo, 21 de setembro, se tornasse um marco na história, afinal, é simbólico que duas lutas importantes aconteçam em cidades tão próximas no mesmo dia.
As pessoas LGBTI+ de Araucária lutam pela implementação do Centro de Atendimento à Pessoa Transgênero e Travesti de Araucária (CAPTTA), já aprovado, mas engavetado pela gestão do prefeito Gustavo Botogoski (PL) e pela secretária de saúde Renata Botogoski. Além disso, lutam pelo direito à vida, já que o Paraná é o 4º estado que mais mata pessoas trans no Brasil segundo a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA).
Enquanto isso, trabalhadores em luta pelo país mostraram que não irão aceitar que a tentativa de golpe e outras impunidades sejam aprovadas pelos parlamentares. Além disso, os trabalhadores e trabalhadoras usaram deste espaço para reiterar suas pautas mais urgentes, como o fim da escala 6×1, a redução de jornada sem redução de salário, a revogação da Reforma da Previdência, entre tantas outras.
A pressão foi tanta que, nesta segunda-feira (22), a reação de parte dos senadores tornou-se – pelo menos por enquanto – contrária à PEC da Blindagem. E, em Araucária, o movimento LGBTI+ foi visto e ouvido, ocupando um dos espaços mais centrais da cidade. Tudo isso mostra que as pautas da classe trabalhadora só serão conquistadas se continuarmos tomando às ruas e mostrando que jamais estaremos calados diante de uma sociedade que explora e mata os nossos.