CAPS II segue negligenciado pela gestão, em situação precária para trabalhadores e usuários
O Centro de Atenção Psicossocial II (CAPS II) acumula problemas estruturais, logísticos e de pessoal há anos. Tanto trabalhadores quanto usuários realizam reclamações formais, levam os problemas e dificuldades para os conselhos e conferências de saúde.
Mesmo assim, nada é feito. A atual gestão dá continuidade aos problemas iniciados nas gestões anteriores.
Irregularidades no local de trabalho
O primeiro problema é o próprio local em que foi alocado o CAPS II, que conta com poucas salas para suprir a demanda de atendimento, além de salas improvisadas para ambiência e atividades, descumprindo as portarias de adequação da saúde mental.
É um lugar frio e com irregularidades estruturais que causam goteiras do teto e pelas paredes que, mesmo dias depois de parar de chover, continuam a alagar as salas e espaços de convívio e atendimento.
Os alagamentos sobrecarregam a equipe de limpeza, aumentam riscos de acidentes para os profissionais e usuários que transitam pelos ambientes e ainda apodrece o chão. Além disso, a umidade faz surgir mofo nas paredes, chão e teto, o que contribui para o adoecimento das pessoas que frequentam o local.
Por causa dos alagamentos, o piso do refeitório, local utilizado também para as oficinas de culinária, começou a se desfazer. A gestão interditou o local para impedir que as pessoas se machuquem, o que não funciona, já que tudo foi feito de maneira improvisada.
Há também paredes cedendo graças às infiltrações do telhado, o que apresenta um risco sério à segurança dos trabalhadores e usuários. A Prefeitura realizou várias vistorias para averiguar a origem do problema, assim como a vigilância sanitária, que emitiu laudo sobre a precariedade do local, ou seja, todos sabem o que está acontecendo!
Entretanto, mesmo sabendo o que seria preciso para resolver a situação, a gestão permanece num jogo de batata quente, jogando o problema de secretaria em secretaria, sem nunca dar solução.
Os trabalhadores da saúde já organizaram um documento com pautas de reivindicação e os usuários fizeram um abaixo-assinado expondo a falta de estrutura. Entretanto, a situação do CAPS II mostra que é preciso nos aprofundarmos nisso. Se você tem denúncias, envie com fotos para o SIFAR pelo número (41) 99886-0107.
Falta de trabalhadores e excesso de demanda
Como se não bastasse, o CAPS II ainda sofre com problemas de sobrecarga dos trabalhadores que, em menor número do que o necessário, precisam atender demandas do setor da saúde que muitas vezes extrapolam as funções do serviço.
Os trabalhadores sofrem constante pressão dos superiores para atendimentos de idosos com demência, autismo na fase adulta (que não tem local de acolhimento em Araucária) e demandas ambulatoriais que não podem ser realocadas.
Além disso, há ainda o problema da precarização dos serviços através do regime de contrato dos médicos. Já que são todos terceirizados a rotatividade é grande, prejudicando a recuperação dos usuários que precisam de tratamento continuado.
O descaso da Prefeitura e das Secretarias é latente, seguem negligenciando as normas básicas da saúde mental para o espaço, prejudicando o serviço para os usuários e causando o adoecimento dos profissionais.