Pela educação, vamos à luta!
Mais uma professora perdeu a vida após passar por condições extremas de trabalho. Ela foi mais uma educadora que sofreu com a precarização da educação pública, dessa vez em Araucária. Para a família, para as colegas de trabalho e para os alunos, nossa mais sincera solidariedade e o desejo de que neste momento encontrem força.
No Paraná, notícias relacionadas ao assédio moral e a exaustão das trabalhadoras da educação têm se tornado frequentes. Há um projeto político de destruição da educação e intensificação do trabalho das professoras por parte do governo Ratinho Junior (PSD).
E em Araucária a situação não é diferente. A política neoliberal está a todo vapor na gestão Gustavo Botogoski (PL) e da vice e secretária de educação Tatiana Assuiti (SDD), são vários os relatos de intensificação do trabalho e assédio moral, mesmos problemas que já vinham ocorrendo na gestão Hissam (União).
Entre os absurdos, a SMED manteve o CMEI Professora Alice Montrezol Matos aberto após a morte da professora, impedindo que suas colegas e seus alunos consigam processar o luto que vivem, sendo obrigados a retornar à “normalidade” da rotina escolar, menos de dois dias depois de serem informadas sobre a morte da sua colega de trabalho. Além disso, a secretaria se manteve em silêncio sobre o caso e sequer lamentou a morte da professora. Esse tipo de postura é típico de processos de intensificação e assédio no trabalho, onde chefias tentam retirar dos trabalhadores o direito de sentir.
Infelizmente tem sido comum que professoras, técnicos administrativos, inspetores, equipe multiprofissional, convivam com práticas de assédio moral, cobranças exacerbadas de cima para baixo, falta de trabalhadores, sobrecarga, mudanças na forma de trabalho sem diálogo e de um dia para o outro, tentativa de aumento do número de alunos em sala de aula, falta de profissionais especializados de inclusão, e tantos outros problemas que é impossível listar, mas que mostram como é possível adoecer nestes ambientes.
São problemas recorrentes que possuem causas claras: a falta de investimento em mais trabalhadores, melhores salários e estrutura, a sobrecarga de horas de trabalho e falta de descanso – ainda mais se tratando de uma categoria de mulheres –, o descaso com as necessidades dos profissionais, cargos de gestão e administração nas mãos de pessoas sem qualificação, cargos famosos pela indicação e “costas quentes” e pouco conhecidos por um diálogo verdadeiro que ouve os anseios das categorias da educação.
Nada disso é novidade. Tudo faz parte de um projeto muito claro da política neoliberal capitalista que precariza até o serviço chegar no limite para depois privatizar, portanto, que privatiza para lucrar e lucra nas costas de vítimas, trabalhadores, tão essenciais para a população.
Todos passamos pela educação e saber que nossos amados professores vivem isso na pele deveria gerar comoção geral em toda a classe trabalhadora. Se não lutarmos, unidos, contra esse projeto, seremos cada vez mais e mais vítimas.
Não precarize meu trabalho, valorize minha vida!