13º salário não é gasto, é direito e valorização conquistado em 40 anos de luta!
O anúncio do 13º salário vem com tom de favor, trabalhadores devem lembrar que o pagamento é um direito
A Prefeitura pagou o 13º dos servidores e servidoras neste mês de junho. Ao longo dos anos, esses direitos como o 13º e férias têm sido tratados como um favor dos patrões, em ambos os casos é importante lembrar que direitos como o 13º salário foram conquistados na luta!
O discurso de que o pagamento do 13º é um gasto para o município é muito parecido com o que foi feito por empresários e políticos quando, durante uma greve geral em 1962, os trabalhadores e trabalhadoras conquistaram o direito ao 13º salário.
Mas se engana quem acha que essa luta foi rápida. Registros mostram que desde 1921, os trabalhadores já reivindicavam algum tipo de valorização no final do ano. E duas grandes greves em 1945 e 1946 tinham como um dos seus objetivos a conquista da gratificação natalina, forma como era chamado o 13º salário.
41 anos separam o início da luta com a conquista do 13º salário. E os patrões e governos não pouparam esforços para acabar com essa luta. Uma manchete do jornal O Globo mostra que em 1962 a burguesia declarou que o pagamento do 13º salário seria a ruína do país, o que claramente não foi.
Anos depois, o mesmo discurso foi empregado por Michel Temer (MDB) para a aprovação da Reforma Trabalhista em 2017. Ao aprovar o ataque, o ex-presidente aprofundou o trabalho informal que não tem direitos como 13º, por exemplo. O discurso de “economia” em detrimento de direitos trabalhistas também foi muito usado por Bolsonaro (PL) na aprovação da Reforma da Previdência em 2019, e na tentativa fracassada de aprovar a Reforma Administrativa.
Agora, o mesmo discurso de altos custos do 13º salário é empregado pela imprensa a mando dos patrões e governos para desestimular os trabalhadores a lutarem pelo fim da escala 6×1. Basta uma simples busca para ver a matéria da CNN que diz que é necessário cortar do salário dos trabalhadores para haver redução de jornada, do contrário o país quebraria.
O discurso de culpabilização dos trabalhadores pelos “gastos” é visto em toda parte. Em Araucária não é diferente. Enquanto a arrecadação da cidade irá ultrapassar os R$ 2 bilhões em 2025, a Prefeitura divulga o pagamento do 13º salário como um gasto para os cofres públicos.
Por isso, é função dos trabalhadores lembrarem que o pagamento de direitos trabalhistas é o mínimo necessário para que estes sigam vivendo e que foi conquistado na luta daqueles trabalhadores que vieram antes de nós. 13º salário não é gasto, é valorização, é direito.