Experiência em CMEIs Polo levanta alerta sobre retorno presencial

Os quase dois anos de pandemia de coronavírus parecem não ter sido suficientes para que a Prefeitura de Araucária se preparasse devidamente para receber os estudantes das escolas e CMEIs. Prova disso é o caos que se estabeleceu nos CMEIs Polo (Espaço Criança) nesse início de ano.

Até o momento, são dois casos confirmados entre professoras da educação infantil, além de um caso suspeito com sintomas preocupantes. Os demais trabalhadores que permanecem cumprindo expediente no local estão bastante expostos, já que estavam junto com as servidoras que positivaram para Covid-19, e muitas crianças estão com sintomas que podem indicar possível contágio por coronavírus, como coriza e tosse.

Imunização das crianças

É importante ressaltar que o calendário de vacinação de crianças de 5 a 11 anos começou a poucos dias, ou seja, elas ainda não estão imunizadas, e aquelas com menos de 5 anos seguem sem previsão de quando receberão a vacina. A faixa etária atendida pelos CMEIs vai de 0 a 5 anos, ou seja, exatamente aquelas que não estão contempladas pelo calendário vacinal e que, sem imunização, podem desenvolver quadros mais graves da doença.

E esse é um debate que precisa avançar. Países como China, Hong Kong, Chile, Equador, Indonésia e Camboja já autorizaram o uso da CoronaVac em crianças de 3 anos ou mais após os estudos mais recentes comprovarem sua eficácia e segurança na imunização de crianças e adolescentes contra a Covid-19. No Brasil, Pfizer e Coronavac podem ser aplicadas em crianças de 5 a 11 anos.

Projeto piloto do retorno às aulas presenciais

A situação é preocupante porque a experiência nos CMEIs Polo é um indicativo de como a volta às aulas presenciais vai funcionar no município de Araucária. E, se for como estamos observando, teremos o caos instaurado na rede de ensino do município muito em breve.

Era de se esperar que a essa altura do campeonato, Hissam e a Secretaria Municipal de Educação (SMED) tivesse uma política pública para o retorno das aulas presenciais. Mas não é isso que a experiência nos CMEIs Polo tem nos mostrado, ainda mais diante da onda de ômicron, a nova variante do coronavírus.

A direção do SIFAR e os trabalhadores da educação têm plena consciência de que a comunidade precisa desses espaços abertos e funcionando para que tenham onde deixar as crianças. Entretanto, o plano do governo parece ser o de contaminar todos, servidores municipais, crianças e famílias, já que o “protocolo sanitário” adotado pelo município não é eficaz em mapear a contaminação nos locais de trabalho, agir com rapidez e conter a transmissão do vírus.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a ômicron é mais transmissível e não deve ser vista como uma doença mais leve. Apesar do número de mortes não ter aumentado na mesma velocidade do número de casos, é preciso ficar atento e aguardar mais dados sobre a variante, sua contaminação e seus efeitos. No Paraná, apenas na primeira quinzena de 2022, o total de pacientes internados em UTIs públicas com suspeita ou diagnóstico de Covid-19 quase dobrou.

Isso significa que precisamos nos manter vigilantes, a pandemia não acabou e precisamos cobrar um protocolo sanitário eficiente para que o retorno seja possível e não represente surtos nas escolas e CMEIs do município. Caso contrário, o retorno presencial é inviável!

Nossas reivindicações

Os testes realizados nas trabalhadoras dos CMEIs Polo só foram realizados após pressão do SIFAR em conjunto com os servidores!

O Sindicato reivindica que os demais trabalhadores dos CMEIs em funcionamento também sejam testados, para Covid-19 e H3N2, através da Vigilância Sanitária e Epidemiológica, independente de sintomas, e exige a suspensão das atividades nesses locais até que tenhamos o resultado das testagens, avaliação e adequação da estrutura física das unidades e distribuição massiva de máscaras do tipo PFF2 ou N95.

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