Corrupção na pandemia custou vidas e continua colocando a população em risco

A suspeita de irregularidades na compra da vacina Covaxin, que recentemente se tornou um dos pontos centrais discutidos na CPI da Covid, tomou novos rumos na última terça-feira (29). Os depoimentos dos irmãos Miranda que revelaram um grande esquema de corrupção envolvendo o Ministério da Saúde e o presidente Jair Bolsonaro desencadeou novas denúncias sobre o contrato bilionário e superfaturado para a compra da vacina. A pressão contra o governo foi tanta que o Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou a suspensão da compra de 20 milhões de doses da Covaxin por R$ 1,6 bilhão.

Outra grave denúncia que ocorreu nesta terça-feira foi a do representante da Davati Medical Supply, Luiz Paulo Dominguetti, que afirmou, em depoimento à Folha de São Paulo, ter recebido uma proposta de propina durante a tentativa de venda de 400 milhões de doses da vacina AstraZeneca ao governo federal em fevereiro.

Diante das denúncias e dos escândalos de corrupção, a oposição ao governo prepara um robusto pedido de impeachment do presidente Bolsonaro. Além disso, os trabalhadores que ocuparam as ruas nas últimas semanas contra o governo genocida de Jair Bolsonaro já têm mais uma grande manifestação marcada para o próximo sábado (3).

Ao mesmo tempo que é importante intensificar a mobilização nas ruas para barrar urgentemente essa política da morte, é preciso refletir profundamente sobre o impacto de todas as ações e denúncias de corrupção que já foram discutidas até agora. Depois de mais de um ano de pandemia, todos nós conhecemos um parente, um amigo ou um conhecido que já foi levado por essa doença terrível. Até o dia 30 de junho, as mortes pela Covid-19 no Brasil já somam 514 mil.

O grande responsável pelo alto índice de mortes na pandemia é o governo genocida de Jair Bolsonaro. De acordo com o epidemiologista Pedro Hallal, que realizou uma fala durante a CPI da Covid na última quinta-feira (24), cerca de 400 mil mortes poderiam ter sido evitadas se o governo federal tivesse adotado medidas adequadas para conter o avanço da pandemia no país, como distanciamento social, uso de máscara e vacinação rápida. No entanto, Bolsonaro decidiu ir na contramão da ciência. E quem sofre com o resultado desastroso dessas atitudes é a população brasileira, que além da pandemia descontrolada também deve enfrentar o aumento nos preços dos alimentos, gás e combustível.

Os impactos da corrupção e dos atos inconsequentes de Bolsonaro também se revelam no ritmo lento de vacinação da população. A pandemia só estará realmente controlada quanto uma grande porcentagem da população brasileira estiver imunizada com as duas doses da vacina contra a Covid-19, mas ainda estamos distantes dessa realidade. No Paraná, de acordo com o Ranking da Vacinação disponível no site oficial do governo do estado, apenas 12,46% dos habitantes já tomaram a segunda dose da vacina e estão imunizados. Já em Araucária, 8,54% da população está imunizada com as duas doses da vacina e há também o aumento no número de mortes.

A direção do SIFAR repudia a política genocida exercida pelo governo Bolsonaro e continua firme na luta pela vacinação de todos, auxílio emergencial digno e em defesa dos serviços públicos. Firmes!

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