Desigualdade e violência contra a mulher crescem em meio à pandemia

As mulheres ganham em média 22% a menos do que os homens no Brasil e trabalham mais horas todos os dias por causa do trabalho doméstico. Além disso, sofrem na pele as consequências diárias da opressão e da violência.

Durante a pandemia, a desigualdade e violência geradas pelo sistema capitalista aumentaram. O desemprego atingiu em cheio as mulheres de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED). Cerca de 900 mil vagas de emprego deixaram de existir na pandemia, sendo que 588 mil (65%) eram de mulheres. Entre as desempregadas, a maioria (58%) são negras.

Além do desemprego ou corte no salário, a pandemia faz o trabalho doméstico aumentar, junto com o tempo dedicado ao cuidado dos filhos ou de algum familiar adoecido. A violência doméstica também disparou. Em 2020, o Brasil teve uma denúncia de violência contra mulher a cada 5 minutos. Ao longo do ano, os canais Disque 100 e Ligue 180 registraram 105.671 denúncias de violência contra a mulher.

Esses dados mostram a importância de cobrarmos dos governos políticas públicas que garantam o sustento de quem está desempregado ou na informalidade durante a pandemia, além de ações voltadas para a redução da desigualdade e acolhimento das mulheres vítimas de violência doméstica para que não tenham que se manter em isolamento junto com o seu agressor. Apenas 7% dos municípios brasileiros têm delegacia da mulher na sua região, segundo levantamento Revista AzMina. Em 2020, mesmo com aumento da violência de gênero, o governo Bolsonaro usou apenas 1/4 do orçamento previsto para as ações de proteção à mulher, o menor investimento dos últimos dez anos.

Além de combater as consequências da Covid-19, é preciso ter como horizonte que a desigualdade e a violência contra mulher não terminam com o fim da pandemia, mas com a extinção das raízes sociais que causam esses problemas e com a construção de uma sociedade emancipada em que todos tenham igualdade de direitos. 8 de março é um marco na história de luta da classe trabalhadora! Para além da reflexão nesse dia, é um marco que nos inspira a seguir lutando por igualdade plena de direitos e pelo fim da exploração em todos os dias do ano!

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