Vidas negras importam!

Chegamos a mais um 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra. Mas, além de relembrar o significado da data – a morte de Zumbi dos Palmares, líder da resistência de negros e negras escravizados – precisamos questionar nossas práticas cotidianas e entendidas como normais ou naturais, mas que perpetuam nossa estrutura social e o racismo.

Violência contra a população negra

Quem diz que racismo não existe, precisa olhar para os números. O Atlas da Violência de 2020 mostra que um jovem negro morre a cada 23 minutos no Brasil. São 23.100 jovens negros mortos por ano, cerca de 63 por dia. Isso deveria chocar as pessoas, mas naturalizamos a morte de pessoas pretas, sem nos perguntarmos por que isso ocorre todos os dias.

Racismo é estrutural

O racismo é estrutural e determina a baixa qualidade de vida e, muitas vezes, a morte dos trabalhadores pretos. Isso acontece devido ao desemprego, à violência, à falta de acesso aos serviços de saúde e assistência social ou ao adoecimento mental.

Salários mais baixos

Pessoas pretas recebem, em média, 55% a menos do que pessoas brancas. Mas, uma mulher negra chega a receber apenas 44% do que um homem branco recebe. E esse dado mostra que a população tem muita dificuldade para acessar educação, mas as estatísticas revelam que o Estado negligencia saúde, segurança e moradia para os negros e negras.

Adoecimento mental

Em 2016, a cada 10 suicídios de adolescentes e jovens, seis ocorreram entre negros. Meninos e homens negros, de 10 a 29 anos, estão entre os grupos vulneráveis mais afetados pelo adoecimento mental e pelo suicídio devido ao preconceito e à discriminação racial. A mortalidade da população negra por abuso de álcool também é maior e negros morrem duas vezes mais que brancos por esse fator.

Mulheres negras

As mulheres negras enfrentam o duplo preconceito, pelo gênero e pela cor da pele. Além de serem elas que, quando conseguem entrar no mercado de trabalho, ocupam as posições mais desvalorizadas e recebem os piores salários, também são as mulheres negras que mais sofrem com o abandono afetivo, a dupla e a tripla jornada.

E nós precisamos nos organizar para transformar essa realidade. Para que possamos afirmar que não somos racistas, precisamos construir práticas antirracistas, denunciando situações que nos cercam e nos aprofundando no tema. Por isso, o SIFAR convida a todos para assistir a Live do Coletivo de Mulheres Negras que acontece no dia 24 de novembro, às 19h, confira a divulgação no Facebook do SIFAR.

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