O racismo destrói de fora pra dentro

O racismo afeta a autoestima e a confiança de mulheres e homens negros em si mesmos desde a infância. Ele gera um processo de sofrimento, que impacta significativamente os níveis psicológicos e psicossociais de qualquer pessoa.

Muitas vezes as queixas raciais podem ser subestimadas, tratadas como pontuais, de pouca importância e quem é culpabilizado é quem sofre o preconceito.

A discriminação racial é uma violação de direitos, condenável em todos os países. E, muitas vezes, a prática do racismo impõe consequências irreversíveis. O suicídio é um problema de saúde pública no Brasil, pois é a quarta causa de mortalidade na população brasileira no ano de 2016.

Segundo o Ministério da Saúde em conjunto com a Universidade de Brasília, (UnB), em 2016, a cada 10 suicídios de adolescentes e jovens, seis ocorreram entre negros. Meninos e homens negros, de 10 a 29 anos, estão entre os grupos vulneráveis mais afetados pelo adoecimento mental e pelo suicídio devido ao preconceito e à discriminação racial. A mortalidade da população negra por abuso de álcool também é maior, sendo que negros morrem duas vezes mais que brancos por esse fator.

O suicídio era um problema que já se expressava desde o período da escravização e se agrava com o desenvolvimento e complexificação do racismo estrutural.

O próprio acesso aos cuidados em saúde muitas vezes é prejudicado pelo racismo estrutural. É importante ressaltar que a população negra é majoritariamente dependente dos serviços públicos de saúde. Não à toa, o SUS instituiu a Política Nacional Integral de Saúde da População Negra em 2007, com o objetivo de estimular o debate sobre as questões raciais e garantir a equidade na atenção à saúde. Apesar de ter sido criada há 12 anos, essa política foi implementada em apenas 57 municípios no país inteiro até o momento.

Dicas dos sindicatos:

Quais são os privilégios garantidos às pessoas brancas quando se analisa a saúde brasileira? Confira mais esse vídeo sobre branquitude em https://bit.ly/3pDJOFD

E debate realizado pelo Centro Acadêmico de Psicologia da PUCPR com as psicólogas Mariana Xavier e Margoth Cruz https://bit.ly/2KhBWtf

Na Netflix, você encontra um documentário sobre a cantora Nina Simone, que traz o adoecimento mental da artista e sua luta junto ao movimento antirracista dos EUA – O que aconteceu, Miss Simone?

A editora Jandaíra possui uma coletânea de textos intitulada Feminismos Plurais que aborda vários dos temas que estamos abordando nessa série, você pode conferir os títulos aqui.

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