Voltar às aulas presenciais ainda não é seguro. Você sabe por quê?

Mesmo com índices altos de contaminação e de mortes ocasionadas pelo novo coronavírus, a pressão para retomada das aulas presenciais está grande em Araucária. Mas, será que essa é a hora de arriscar a vida de estudantes, trabalhadores da educação e de seus familiares?

A ciência nos mostra que não. O risco ainda é muito alto e a interação em sala de aula pode ser responsável pelo vírus circular com ainda mais velocidade, ocasionando muitas mortes e o colapso total do já sobrecarregado sistema de saúde.

De acordo com a Universidade de Granada (UGR), na Espanha, uma única turma de 20 alunos tem 74 contatos cruzados com outras pessoas em apenas um dia. Em dois dias, o contato poderia chegar a 800 pessoas. Os números mostram como o contágio pode se dar muito mais rápido com o retorno das aulas presenciais, inclusive considerando que grande parte das famílias possuem pessoas do grupo de risco que têm contato próximo com as crianças.

Outro exemplo vem do Amazonas, considerado o laboratório de volta às aulas em meio à pandemia no Brasil. Após a reabertura das escolas 10% dos professores da rede pública estadual testaram positivo para Covid-19 – e, o pior, com o vírus ainda ativo, o que significa que podem estar transmitindo a doença!

A Organização Mundial da Saúde (OMS) também já se posicionou contrária ao retorno das aulas neste momento. A organização afirma que retomar as aulas presenciais em locais onde a pandemia não está controlada pode agravar a transmissão. Só que os nossos governos preferem fingir que não sabem das orientações e fazer de conta que está tudo sob controle, enquanto diariamente no Brasil centenas de vidas são perdidas para a Covid-19.

Secretaria de Educação se omite

Mesmo com os altos riscos envolvendo as atividades presenciais nas escolas e CMEIs neste momento, a Secretaria de Educação (SMED) prefere se omitir e delegou para as unidades escolares a responsabilidade de definir e organizar atividades presenciais para o dia 12 de outubro, Dia das Crianças.

No entanto, mesmo que sejam seguidas as diretrizes de proteção e prevenção, como uso de máscaras e álcool em gel, não é possível eliminar completamente os riscos de contaminação. Será que vale arriscar a vida de famílias inteiras nesse momento tão delicado? Sem contar que esse pode ser o primeiro passo para um retorno das aulas mesmo com as altas taxas de infecção e sem garantia de testes ou vacina.

Mesmo com os CMEIs fechados as educadoras infantis, seguem trabalhando remotamente numa rotina que muitas vezes é ainda mais cansativa do que a sala de aula, principalmente quando é preciso conciliar com trabalho doméstico e cuidado com os filhos. Só que esse é o momento de priorizar a saúde da comunidade escolar. Seguimos firmes na luta para que as aulas só voltem quando for seguro.

Ano letivo se recupera. Vidas Não!

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