Portfólio na Educação Infantil só com reconhecimento e hora-atividade

Para além de toda a demanda imposta nesse período de pandemia, a Secretaria Municipal de Educação (SMED) tenta fazer com que as educadoras e educadores infantis aceitem fazer o portfólio para todas as crianças, o que aumenta as exigências e sobrecarrega ainda mais o trabalho remoto.

No Conselho Municipal de Educação, essa possibilidade já foi discutida e descartada pelos representantes classistas por não estar de acordo com a realidade das educadoras e educadores infantis, uma vez que não há garantia da implantação da hora-atividade no município. Os representantes do SIFAR seguem na luta, cobrando que o Reconhecimento dos Educadores Infantis I e II do município como professores de educação infantil não fique apenas na promessa e seja implementado o quanto antes. Entretanto, a gestão tenta manter os profissionais menos organizados e usa de artimanhas para que os educadores infantis aceitem fazer portfólio nos seus CMEIs.

No Parecer nº 15/2020 e na Resolução nº 4/2020, que tratam da avaliação e do cumprimento da carga horária anual em meio à pandemia, a necessidade do portfólio é atribuída aos alunos inclusos e da educação especial na rede municipal. Esses documentos não falam sobre a obrigatoriedade do portfólio em outras modalidades de ensino. A Instrução Normativa 09/2020 também reforça o que está escrito no Parecer nº 15/2020.

Infelizmente, mesmo que em esses documentos não exijam que o portfólio seja feito para todas as crianças da educação infantil municipal, muitos diretores estão propondo está demanda a mais para os educadores infantis. Esse pedido desconsidera a falta de condições adequadas para fazer essas avaliações por meio de portfólio, uma vez que precisamos da mediação e da interação presencial com a criança para uma análise mais qualitativa e abrangente do processo de ensino-aprendizagem na educação infantil.

Também desconsidera o conjunto de demandas impostas nesse período de incertezas geradas pela pandemia de Covid-19, no qual as educadoras e educadores infantis tiveram que se reinventar para dar conta do trabalho remoto, para elaborar a gravação de vídeos, de planejamentos, para participar de reuniões ou cursos e produzir documentos.

Não podemos aceitar que imponham mais essa cobrança sem ouvir a opinião da categoria e sem levar em consideração que as educadoras e educadores infantis aguardam há mais de dois anos pela garantia do Reconhecimento e do cumprimento da hora-atividade. Diante disso, o SIFAR reafirma sua posição contra a cobrança do portfólio sem o reconhecimento das educadoras e educadores infantis. Firmes!

 

 

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