1° de julho: GREVE dos entregadores de aplicativo

Em sua grande maioria são jovens e jovens adultos, moram nas periferias das cidades, muitos de motos, outros tantos de bicicletas, pedalam mais de 80 Km para ir e voltar de onde moram para onde vão enfrentar a dura jornada de trabalho.

Uma jornada que não tem limite e pode atravessar de um dia para o outro. Não há intervalo para descanso, não há refeição, não há salário. Se sofrer um acidente durante o trabalho não há afastamento pela empresa e nem pela Previdência, e se a moto ou a bicicleta derem algum problema, o problema não é da empresa.

Essa é a dura realidade dos entregadores de aplicativos, plataformas que têm ganhando muito dinheiro por meio do desrespeito absoluto aos direitos desses trabalhadores, que a falsa e hipócrita propaganda do Capital tenta esconder sua condição de trabalhador na palavra da moda: são “empreendedores”.

O tal empreendedorismo, na realidade, é o aprofundamento da precarização das condições de trabalho que se escancarou em tempos de pandemia, pois as entregas à domicilio aumentaram muito, aumentando também a sobrecarga de trabalho. O que não aumentou de forma alguma é a renda dos entregadores.

O pagamento é feito por entrega realizada, e há várias metas impostas pelos aplicativos que também desabilitam os entregadores de suas plataformas como bem entendem.

Com mais de 20 milhões de trabalhadores desempregados, o número de entregadores aumentou ainda mais. Muitos não têm moto e nem bicicleta, então gastam ainda mais com o aluguel da bicicleta. As jornadas diárias muitas vezes ultrapassam 15 horas. Esses trabalhadores seguem pelos bairros centrais das cidades carregando as mercadorias em mochilas pesadas, e a consequência disso em um curto espaço de tempo é o adoecimento por conta das condições do trabalho. Nesse momento de pandemia, os entregadores também estão diária e diretamente na mira da contaminação pelo novo coronavírus.

Isso é o empreendedorismo do Capital, a propaganda ideológica para defender a informalidade e a ausência total de direitos, que tenta ocultar a condição de trabalhador o alçando falsamente a “microempresário, senhor de suas decisões, de como, quando e em quais condições vai oferecer seu serviço”.

Veja as declarações dos representantes de algumas dessas empresas, nas quais mostram seu desprezo pelos direitos trabalhistas e sua hipocrisia: “O Uber Eats é uma empresa que oferece oportunidades a profissionais autônomos que podem se beneficiar da tecnologia para gerar renda extra ao toque de um botão. Os entregadores parceiros são autônomos, escolhem como e quando utilizarão o aplicativo como geração de renda”.

Já a Rappi afirmou: “Estes profissionais autônomos atuam por conta própria, portanto, podem se conectar e desconectar do aplicativo quando desejarem. A flexibilidade permite que esses profissionais usem a plataforma da maneira que quiserem e de acordo com suas necessidades. Não há relação de subordinação, exclusividade ou cumprimento de cargas horárias”.

Enquanto os trabalhadores sofrem com a ausência de qualquer regulamentação de seu trabalho e seguem atravessando a cidade faça chuva ou faça sol, as empresas lucram cada vez mais passando por cima de direitos básicos. Mais um exemplo de como as novas tecnologias estão a serviço dos interesses privados, mantendo e ampliando a piora das condições de trabalho.

Exemplo disso é a empresa colombiana Rappi, que afirmou ter registrado um aumento de 30% nas entregas em toda América Latina nos dois primeiros meses desse ano. Mas todas elas, seja Ifood, Uber, Loggi, entre outras, estão comemorando seus lucros às custas da precarização de trabalho que impõe aos trabalhadores.

DIA 1º DE JULHO É GREVE

No dia 1º de julho está marcada a greve dos trabalhadores entregadores de aplicativos, uma mobilização que começou em São Paulo, se espalhou por diversas cidades do Brasil e atravessou as fronteiras do país. Já há manifestações marcadas em outros países onde esses trabalhadores também se organizam para parar.

É no encontro da sua condição de classe que os trabalhadores se reconhecem e na luta que podem avançar contra os ataques do Capital e seus governos.

Trabalhador apoia trabalhaor! Saiba como ajudar nessa luta: 

– Não use os apps de entrega no dia 1º de julho

– Acesse sua loja de aplicativos no celular e faça avaliações negativas nos apps de entrega

– Ajude a divulgar essa luta e use as hashtags #ApoioBrequeDosAPPs e #1DiaSemAPP

Nossa solidariedade ativa à luta de nossos irmãos de classe!

 

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