Vidas negras importam: protestos crescem ao redor do mundo

George Floyd tinha 46 anos, ele é mais um negro assassinado pela repressão do Estado. George foi imobilizado por um policial branco que prendeu seu pescoço sob seu joelho por mais de 10 minutos na cidade de Minneapolis, EUA. Os policiais envolvidos em mais esse crime racista continuam livres, só foram afastados de seus cargos.

A justa revolta se colocou em movimento e, desde a segunda-feira, protestos incendeiam a cidade e os atos se espalham por outras cidades e estados americanos.

Donald Trump, que hipocritamente disse lamentar a morte de mais um negro, logo em seguida escancarou novamente seu ódio e preconceito. Em mais uma declaração bem ao estilo daqueles que se escoram no mundo virtual das redes defendendo sua política genocida, publicou um tuíte no dia 28 de maio chamando os manifestantes de “ralé”. No seu estilo copiado por outro governo genocida, o de Bolsonaro no Brasil, apoiou a ação violenta dos policiais contra as manifestações e se movimenta para enviar a Guarda Nacional americana para intensificar a repressão contra a luta de resistência a essa política genocida institucionalizada que banaliza as vidas negras.

No dia 18 de maio, poucos dias antes de mais esse assassinato contra um negro nos EUA, mais um adolescente, também negro foi assassinado pela polícia no Rio Janeiro. Novamente mais um filho negro da nossa classe. João Pedro tinha 14 anos e foi alvejado pelas balas da polícia no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo. João Pedro foi assassinado dentro de casa enquanto brincava com outros adolescentes e crianças. A polícia invadiu a casa, atirando e jogando bombas de gás lacrimogênio.

No mesmo dia em que Trump xingou os manifestantes de Minneapolis e ameaçou aumentar a repressão, Bolsonaro fez mais uma live junto com parte de seus ministros, dessa vez tomando leite, gesto usado como símbolo pelos nazistas que defendem a pseudo supremacia branca. A tentativa de justificar o ato dizendo que estava fazendo parte do “desafio” da Associação dos ruralistas produtores de leite não emplacou, o ato se resumiu ao gesto de tomar e as ações de seu governo que tentam legitimar o racismo que agride e mata não param. O negro indicado por Bolsonaro para presidir a Fundação Palmares, Sérgio Camargo, lançou nessa semana um “selo” para tentar proteger aqueles que cometem crime de racismo.

Trump e Bolsonaro tentam a todo custo, nos moldes do fascismo, alimentar uma propaganda de ódio contra as organizações que lutam. Seu objetivo é avançar no ataque à classe trabalhadora e aos setores mais oprimidos de nossa classe, como os negros, mulheres, LGBTs. Tentam a todo custo demonizar a esquerda.

A propaganda de Trump, copiada com atraso por Bolsonaro, baseia-se na propaganda fascista, ou seja, baseada na mentira e na tentativa de ocultar os crimes contra a humanidade provocados pela ação do fascismo, movimento consentido pela burguesia que teve início na década de 30 do século passado, reunindo uma parcela minoritária que ainda hoje existe na sociedade. Essa corja que se alimenta do ódio e preconceito tenta impor a ideologia que por diversas vezes é utilizada pelo Capital para tentar agitar a falsa propaganda de que os problemas enfrentados pela humanidade são de responsabilidade das organizações de luta da classe trabalhadora, organizações que se colocaram à esquerda, contra a ordem imposta por esse sistema que tenta dizimar os direitos e vida da classe trabalhadora.

As manifestações dessa semana nos EUA contra mais um assassinato de um homem negro, a revolta da comunidade no Rio de Janeiro contra mais um assassinato de um adolescente negro, filho de nossa classe, mais do que legitimas, são sinais do pavio que se acendeu e é nossa tarefa, mais do que ampliar a solidariedade, fortalecermos as chamas da luta que só pode ser feita pela a classe trabalhadora.

RECEBA NOSSO INFORMATIVO



Acompanhe nossas redes sociais