Desmonte da saúde pública e de direitos sociais fragilizou combate à Covid-19

O desmonte dos serviços públicos e os cortes de benefícios sociais denunciados intensamente pelos servidores e pelos sindicatos nos últimos anos aparecem escancarados agora, na dificuldade de prevenção à Covid-19.

Desde a aprovação do Teto dos Gastos Públicos, em 2017, o orçamento para áreas sociais, como saúde e assistência social, vem caindo a cada ano. Só em 2019, primeiro ano do governo Bolsonaro, a saúde perdeu R$ 20 bilhões.

O corte de investimentos em nível federal também veio acompanhado por medidas de desmonte dos serviços públicos nos estados e município. Isso fez com que as unidades de saúde enfrentassem o início da pandemia com falta de médicos, enfermeiros e auxiliares de enfermagem, além de funcionarem em prédios com péssimas condições de ventilação e não terem sequer materiais básicos para atender a população em segurança.

O Brasil possui 45 mil leitos em Unidades de Tratamento Intensivo (UTI), que são essenciais para tratar os casos mais graves da doença. Entretanto, a maior parte deles (56%) está na saúde privada, que atende apenas 23% da população brasileira. Os números refletem a falta de investimentos e a política de privatização da saúde pública no Brasil. Hoje, nove em cada 10 cidades do país não possuem leitos de UTI próprios e terão que direcionar pacientes para cidades vizinhas.

O Brasil já confirmou mais de 200 mortes causadas pelo novo Coronavírus e o número de casos vem crescendo rapidamente. A gravidade desse momento deveria ser um argumento forte o bastante para que os governos abandonem os planos de privatização e invistam no fortalecimento do Sistema Único. Ao invés disso, preferem continuar priorizando os lucros dos grandes empresários, enquanto distribuem migalhas aos mais pobres apenas para evitar uma convulsão social.

Na última semana, o governo federal liberou R$ 10 bilhões para planos de saúde privados. O anúncio foi feito junto com o corte de benefícios do Bolsa Família.

A organização da campanha de vacinação contra a influenza foi outro exemplo de descaso com a população. A vacina não protege contra o novo Coronavírus, mas poderia ter sido antecipada para fevereiro. Isso reduziria o número de gripes e resfriados e facilitaria o diagnóstico, já que os sintomas são parecidos. Mas não houve o planejamento necessário e, em Araucária, as vacinas terminaram em menos de um dia.

Não podemos permitir que continuem tratando o direito à saúde e à vida dos trabalhadores com tanto descaso. Junte-se ao SIFAR na luta em defesa do SUS, por mais investimentos e contratações para a saúde pública!

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