Coronavírus: o que seria de nós sem o SUS?

A proliferação de casos do novo Coronavírus está gerando preocupação no mundo todo. Nesta quarta-feira (11), a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a doença uma pandemia e pediu aos governos do mundo todo que tenham planos sanitários voltados à toda a população.

E nesse cenário de preocupação e incertezas sabe quem é o nosso maior aliado para nos defender da epidemia? O nosso Sistema Único de Saúde (SUS)! Isso mesmo, o mesmo SUS que os governantes insistem em criticar para desacreditar e entregar de mãos beijadas para a iniciativa privada.

Até o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que é um defensor do desmonte do SUS e da venda sem regulamentação dos planos de saúde privados, teve que ir à imprensa declarar que “Ainda bem que temos o SUS”.

Tão logo o vírus chegou ao Brasil, Pesquisadoras brasileiras sequenciaram o genoma do vírus em apenas 48 horas, enquanto no resto do mundo estão levando cerca de 15 dias. Isso só comprova a eficiência e a importância dos nossos serviços públicos, mesmo com os sucessivos cortes de investimento na saúde e na pesquisa.

Além dessa integração com a pesquisa desenvolvida nas universidades, o SUS também se destaca por ser universal e gratuito, por sua capilaridade nos municípios brasileiros e por abarcar áreas como a vigilância sanitária – que agora é o foco do combate ao vírus, já que trabalhar apenas a contenção de casos não tem sido suficiente. É por causa dessas características, que é possível ter informações unificadas sobre a doença e utilizar um mesmo comportamento padrão em todo o território nacional para lidar com o surto.

E nos países que não têm um sistema público de saúde?

Quando serviços essenciais como o atendimento à saúde são transformados em mercadorias, a população se vê em situações desesperadoras, muitas vezes sem qualquer condição de arcar com os altos custos desses serviços. Muitas famílias estão indo à falência devido aos altos custos de tratamento.

É o que acontece nos Estados Unidos, onde o Coronavírus já causou 30 mortes até o momento. Mesmo que o exame para detectar o vírus seja gratuito, os altos custos da assistência médica no país fazem com que muitas pessoas evitem o tratamento por razões financeiras.

Um dos relatos marcantes é o da menina Annabel, de três anos, que foi colocada junto com o pai em quarentena forçada pelo governo dos EUA. Depois da suspeita ter sido descartada, receberam de surpresa uma conta de mais de U$ 6,5 mil dólares pelo internamento e o transporte da ambulância. Um único dia de internação num hospital norte americano pode custar de U$ 4 mil dólares, o que pode provocar a falência de muitas famílias.

Hoje, com o alto índice de desempregados, salários cada vez mais baixos para aqueles que possuem carteira assinada e crescimento do trabalho informal, você acha que a classe trabalhadora brasileira teria condições de arcar com custos tão altos de tratamento?

E mesmo assim, querem destruir o SUS!

Mesmo com a importância inegável do SUS para combater a pandemia, esse trabalho vai ser dificultado pelos sucessivos desmontes e ataques que a saúde pública vem sofrendo.

A saúde perdeu R$ 20 bilhões no primeiro ano do governo Bolsonaro, o que vem provocando a falta de profissionais, medicamentos e de materiais para o atendimento.

Em Araucária, a situação não é diferente: a saúde pública pede socorro. As unidades de saúde estão sucateadas, com infraestrutura precária e falta de profissionais.  Precisamos exigir que o investimento em saúde pública seja uma prioridade dos governos!

O fato de o Brasil, ainda assim, conseguir ser destaque internacional no combate ao Coronavírus prova que a privatização da saúde não é o caminho. Por isso, devemos lutar contra todas as medidas que buscam transformar nosso direito à saúde em mercadoria.

É preciso defender o caráter universal e gratuito do SUS, cobrar contratações via concurso público e lutar por mais investimentos!

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