Ampliação de vagas em CMEIs esconde corte no direito ao período integral

A Secretaria Municipal de Educação (SMED) iniciou 2020 com uma propaganda daquelas: zerar a fila de espera por vaga nos CMEIs de Araucária. Para isso, o governo prometeu entregar 10 novas unidades de educação básica, ampliar sete CMEIs já existentes, realocar uma unidade para uma escola desativada, adquirir uma sede para um CMEI que ocupa um imóvel alugado e dar novos prédios para duas unidades que, hoje, funcionam em locais inadequados. Ao todo, o governo Hissam garante que essas 21 “obras” aumentarão a capacidade da rede municipal de ensino do município e, até o final de 2020, Araucária terá três mil novas vagas na educação infantil.

Bela propaganda, não é mesmo? Fica bonito para o governo Hissam, principalmente, em ano de eleições municipais, dizer que cumpriu uma promessa de campanha eleitoral que era zerar a fila de espera por vaga em CMEI. Mas você sabe o que o governo esconde dos jornais e dos outdoors? Aquilo que a mãe, o pai ou o responsável pela criança só vai descobrir quando vai matricular a criança no CMEI? Que o governo simplesmente CORTOU uma parte considerável das vagas integrais disponíveis para a educação básica. É isso mesmo. Dá com uma mão para tirar com a outra. Mas se finge de bom moço para o conjunto da população trabalhadora de Araucária.

Agora, você que é mãe, pai ou responsável por uma criança e que trabalha fora, gasta mais de duas horas em deslocamento, tem alguma condição de manter seu filho por apenas meio período no CMEI? A maioria com certeza não tem condições, não é verdade? E o que fazer no período no qual a criança não estará sendo acompanhada no CMEI? É isso que devemos perguntar para o prefeito e para a secretária de Educação. Porque são eles que terão que resolver esse problema que eles mesmos criaram.

Isso sem falar na qualidade da educação que é ofertada para as crianças de 0 a 5 anos. A Prefeitura não garante investimentos e estrutura adequada para os CMEIs em funcionamento, não há condições de trabalho para desenvolver atividades essenciais para alunos nessa idade e não há nem mesmo a garantia de hora-atividade para planejar as interações com os alunos.

As educadoras precisam se desdobrar para fazer o seu trabalho da melhor forma, e muitas vezes gastam do próprio bolso para desenvolver atividades com as crianças. Mas isso o governo não coloca na propaganda!

Seguimos firmes denunciando a real situação do serviço público de Araucária e convidamos toda a população a se somar a essa luta que é de todos!

 

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