Enquanto os servidores são cobrados e não são reconhecidos, vereadores de Araucária aprovam aumento de 60% nos próprios salários

Os vereadores de Araucária mostraram mais uma vez que não existe limite para a ganância daqueles que governam em nome dos seus próprios interesses e contra as necessidades da maioria da população trabalhadora. Eles aprovaram um aumento de 60% nos próprios salários nesta semana. Com o aumento, a remuneração passa dos atuais R$ 5.992 para R$ 9.584,45 em 2021.

O aumento não agradou por completo os vereadores que queriam um reajuste ainda maior de 110%, o que significaria um salário de R$ 12.661,12.

Por todo o país, vemos governos e patrões exigirem sacrifícios cada vez maiores dos trabalhadores, como corte de direitos e salários. Tentam com isso transferir para os trabalhadores a conta de uma crise que não fomos nós que causamos. Os servidores municipais de Araucária receberam neste ano um reajuste de 5,07%; quase 12 vezes menor que o dos vereadores. Em Curitiba, os servidores municipais estão com as carreias congeladas desde 2017. No Rio Grande do Sul, os servidores estão recebendo os salários de forma parcelada e sempre com atraso.

O aumento aprovado pelos vereadores de Araucária também escancara a farsa por trás do discurso do combate aos privilégios.

Os governantes falam que é preciso acabar com privilégios para retirar direitos de servidores públicos que recebem em média dois salários mínimos e atendem diretamente a população trabalhadora, nos hospitais, unidades básicas de saúde, nas escolas e creches. Esses servidores não possuem nenhuma regalia e trabalham duro para atender a população mesmo com a falta de materiais e de investimento, mas são os únicos atingidos pelos cortes.

Enquanto isso, os verdadeiros privilegiados de nosso país seguem com todas as suas regalias protegidas. Banqueiros e empresários que devem mais de R$ 450 bilhões para a Previdência não recebem qualquer punição. Não há proposta de reduzir salários ou direitos de políticos, das cúpulas do Judiciário, do Ministério Público ou das Forças Armadas.

O discurso do combate aos privilégios é usado para tentar jogar a população contra os servidores públicos e assim desviar a atenção que deveria ser direcionada aos verdadeiros privilegiados. Esse discurso também buscam enfraquecer a mobilização em defesa dos serviços públicos para avançar na privatização e transformar direitos sociais em mercadoria. É preciso resistir! Junte-se ao SIFAR na defesa dos serviços públicos!

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