Governo usou recursos da Educação para aprovar Reforma da Previdência

Para aprovar a sua desumana Reforma da Previdência na Câmara dos Deputados, o governo Bolsonaro usou a liberação de emendas como moeda de troca e gastou mais de R$ 3 bilhões. Além de escancarar o jogo sujo da velha política, esse “toma lá dá cá” foi financiado com parte dos recursos que foram congelados da educação em maio.

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, admitiu que o pagamento dessas emendas consumiu R$ 926 milhões do orçamento anteriormente previsto para a Educação.

Ao todo, a área sofreu um bloqueio de cerca de R$ 6 bilhões em 2019. Em maio, quando o congelamento foi anunciado, o ministro da Educação insistiu que se tratava de um contingenciamento e não de um corte e afirmou que os recursos poderiam ser devolvidos após a aprovação da Reforma da Previdência. As novas declarações, entretanto, revelam que o governo não está preocupado em garantir o desbloqueio dos recursos e que esse dinheiro, que pertence à Educação, está sendo gasto para retirar direitos do conjunto dos trabalhadores.

O impacto desses cortes atinge todos os níveis de ensino e podem fazer com que as universidades públicas tenham que fechar as portas no próximo mês. Além disso, já foram cortadas ou não renovadas 8.629 bolsas de incentivo à pesquisa em 2019.

Os ataques à educação e à previdência estão ligados. Fazem parte de um mesmo projeto que busca aumentar o lucro dos grandes empresários e tornar a classe trabalhadora cada vez mais barata e mais explorada. É por isso que o corte nos direitos sociais, como saúde, educação e previdência, são acompanhados por projetos de privatização, como é o caso do Projeto Future-se proposto pelo governo Bolsonaro para as universidades federais.

O verdadeiro objetivo dessas medidas é favorecer grupos empresariais que veem o sucateamento dos serviços públicos e a piora das condições de vida da população trabalhadora como uma oportunidade lucrativa para vender mais planos de saúde, fundos de previdência ou matrículas em escolas e faculdades privadas.

Defesa de interesses privados motiva cortes em áreas sociais

Os interesses dos grupos privados que querem transformar em mercadoria serviços que hoje são direitos sociais estão profundamente enraizados no governo Bolsonaro. O ministro da Economia, Paulo Guedes, defende abertamente os interesses de corretoras e grupos financeiros que lucram com fundos privados de previdência. O próprio ministro é investigado por suspeita de fraude na gestão de fundos de pensão de trabalhadores de estatais, como o Previ do Banco do Brasil e o Petros da Petrobras.

A irmã do ministro, Elizabeth Guedes, é presidente da Associação Nacional de Universidades Privadas (Anup), entidade que representa monopólios educacionais, como os grupos Anhanguera, Estácio, Kroton, Uninove e Pitágoras.

O ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta, foi indicado para assumir o cargo pelos deputados da Frente Parlamentar da Saúde, que reúne representantes dos interesses de planos de saúde, santas casas e organizações sociais de saúde (OSS).

Nossa mobilização e resistência são fundamentais para frear a sanha daqueles que querem destruir os serviços públicos pensando apenas em seu próprio lucro. É em defesa do direito à vida e do futuro, nossos e de nossos filhos, que nos colocamos em movimento contra o desmonte e pela valorização da educação e dos demais serviços públicos!

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