A luta contra o racismo precisa ser uma prática diária

Coluna do SIFAR publicado na edição desta quinta-feira (22) do jornal O Popular

Nessa semana, no dia 20 de novembro, foi celebrado o Dia da Consciência Negra. A data marca a resistência e a luta do povo negro pela libertação dos escravizados e contra toda a forma de opressão, violência e preconceito. Apesar do tema entrar em discussão com mais intensidade nos meses de novembro, nós precisamos lembrar da luta dos trabalhadores negros todos os dias. Revisitar a nossa história, manter viva a memória e passar esse conhecimento adiante também é resistência.

No dia 20 de novembro de 1695, a liderança do Quilombo dos Palmares, Zumbi dos Palmares, foi assassinada e teve sua cabeça arrancada e exposta em praça pública pelo governo brasileiro. A morte de Zumbi foi a forma que o Brasil escravocrata encontrou para tentar assassinar os ideais de justiça, liberdade e igualdade que o povo negro tanto almejava e pelos quais travava lutas diárias, para manter esses ideais mesmo durante a escravização.

O saldo desse período permanece entre nós até os dias de hoje. A luta contra a segregação que aparta seres humanos a partir de sua cor não nasceu no capitalismo, mas foi nessa forma de organização da sociedade que os patrões e seus governos avançaram na violência contra homens, mulheres, jovens e crianças negros.

O Brasil possui a segunda maior população negra do mundo, mas, ainda assim, trabalhadoras e trabalhadores negros ficam à margem de diversos espaços da nossa sociedade. Apenas 12% dos estudantes universitários são negros. 64% da população carcereira é negra. Sete em cada 10 pessoas assassinadas no nosso país são negras. Nos locais de trabalho, além dos menores

salários, também são destinados aos negros o que são considerados os piores trabalhos. As estatísticas são alarmantes para o conjunto da classe trabalhadora, mas são ainda mais para quem é trabalhador e negro.

Em Araucária, a situação não é diferente do restante do Brasil. Trabalhadores negros vivem nas regiões mais periféricas e desassistidas da cidade, dependem dos serviços públicos que estão sendo cada vez mais sucateados pela administração municipal e, além disso, são vítimas de

racismo e violência cotidianamente.

Por isso, numa sociedade racista, não basta apenas não ser racista, é preciso combater esse preconceito na prática. O racismo silencia, oprime, violenta e mata negros e negras todos os dias. Vamos continuar resistindo contra todos os ataques! O caminho segue sendo a luta contra a retirada de direitos e por uma sociedade livre de toda e qualquer

forma de opressão.

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