Esses são os planos de Hissam: acabar com a carreira e controlar os servidores

Coluna SIFAR, O Popular do Paraná, 09/08/2018

Hissam ainda não apresentou uma proposta formal de alteração nos planos de carreira dos servidores nem para os Sindicatos e nem para o conjunto do funcionalismo. Entretanto, o tom das ameaças durante a Campanha de Lutas deste ano mostrou que os trabalhadores do município precisam ficar atentos para barrar ataques! As mudanças que podem aparecer do dia para a noite em forma de projeto de lei na Câmara Municipal têm o poder de mudar drasticamente a vida de todos, tanto daqueles que trabalham no serviço público quanto da população trabalhadora de Araucária que depende desses serviços.

A principal ameaça é a criação de uma avaliação por desempenho. Dessa forma, o desempenho do servidor fica condicionado à avaliação das chefias. Isso significa que não é o trabalho efetivo do servidor que será avaliado e, sim, outros critérios, como quem puxa mais o saco do patrão. Aqueles trabalhadores que questionam mais e concorda menos com as políticas implementadas serão punidos.

Além disso, a avaliação por desempenho gera competição entre os servidores e diminui a qualidade do serviço prestado. Afinal, no serviço público, atender mais não é sinônimo de atender melhor. Ou seja, aqueles servidores que dão duro para um serviço de qualidade vão ser os mais prejudicados!

A avaliação por desempenho, ou a meritocracia, é mais uma forma usada pelos governos de controlar e subordinar os trabalhadores.

Em geral, um dos principais critérios que aparecem relacionados aos prêmios por “mérito” é o comparecimento ao trabalho. Qualquer falta sem justificativa faz com que o servidor perca toda a gratificação do mês, o que pode representar uma porcentagem alta do salário. Se o servidor participar de paralisação ou greve, perde. Se atrasar, seja qual for o motivo, por uma quantidade de minutos previamente definida, perde. Se faltar sem justificativa, perde.

Exemplo da rede municipal de ensino de Curitiba

Um dos exemplos são as professoras e professores da rede municipal de Curitiba. Em 2012, o então prefeito Luciano Ducci, propôs o Programa de Produtividade e Qualidade, que ficou mais conhecido como PPQ. De longe, parecia uma ótima proposta, mas com um pouco mais de atenção foi possível ver que, na verdade, o PPQ era uma avaliação que tinha como objetivo punir, todos os meses, os trabalhadores que, na visão da Prefeitura, “saíssem da linha”.

Depois de esclarecido o que estava em jogo, o magistério de Curitiba entrou em greve. E, com a força da mobilização, conquistou um reajuste de 19,56% para o conjunto da categoria.

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