Em Curitiba, Secretária de Saúde ofende trabalhadores e usuários de serviços de saúde mental

O SIFAR manifesta publicamente sua solidariedade a todos os trabalhadores e usuários dos serviços de saúde mental de Curitiba, diante das declarações desrespeitosas e inadequadas feitas pela secretária de Saúde, Márcia Huçulak, no dia 28 de maio.

Durante a audiência de prestação de contas realizada na Câmara Municipal, a secretária de Saúde questionou a capacidade dos usuários dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) participarem de espaços de avaliação e construção de políticas públicas e deslegitimou a audiência pública realizada no dia 25.

Com a declaração, a secretária parece desconhecer os direitos das pessoas com transtorno mental, protegidas pela Lei Federal 10.216/2001, bem como a própria legislação do Sistema Único de Saúde, que possui como um de seus princípios o controle social.

Não satisfeita com o comentário infeliz em relação aos usuários, a secretária também atacou e ofendeu os trabalhadores. Ao responder o pedido de maior investimento nos equipamentos públicos de saúde mental, a secretária afirmou que os profissionais não teriam competência técnica ou mesmo ética. A secretária chegou a afirmar que existem casos de trabalhadores que fazem uso de substâncias psicoativas em frente aos equipamentos de saúde mental junto com usuários em tratamento.

Além da ofensa, a secretária fugiu da discussão sobre a necessidade de ampliar o investimento em saúde mental. Tal solicitação vem como alternativa à proposta da Secretaria de Saúde que pretende implementar um retrocesso, unindo em um único equipamento o atendimento às especialidades de Transtorno Mental e Álcool e Drogas, movimento considerado perigoso por profissionais e especialistas da área.

Ao fazer declarações ofensivas, de forma irresponsável e infundada, a secretária de saúde desrespeita e fere a imagem de todos os trabalhadores dos serviços de saúde mental de Curitiba.

O SIFAR repudia as declarações da secretária de Saúde e reafirma também seu compromisso com a luta contra a tentativa de desmonte da saúde mental. Nos solidarizamos com a luta de todos os trabalhadores e trabalhadoras municipais de Curitiba que, mesmo diante do desrespeito e dos ataques da Prefeitura, tentam construir em sua prática diária um tratamento baseado no respeito e na compreensão de que as pessoas com transtorno mental têm direito de viver em sociedade e opinar sobre as políticas públicas que os afetam.

 

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