Organização dos servidores têm barrado mudanças de escalas, algumas categorias seguem na luta

A implantação dos pontos biométricos – que ocorre desde 2018 – custou quase meio milhão para os cofres públicos. E agora, com a instalação em mais equipamentos, os problemas começaram a aparecer. Além da falta de transparência, já que os pontos não emitem comprovante físico, a Secretaria Municipal de Gestão de Pessoas resolveu modificar as escalas dos trabalhadores em regime de plantão para adequar melhor ao ponto biométrico. Ou seja, piorar a vida dos trabalhadores para se adequar a uma tecnologia que custou quase R$ 500 mil e não atende às demandas do regime de plantão.

As alterações foram propostas sem diálogo e são prejudiciais aos trabalhadores, o que levou estes a organizarem a luta nos seus locais de trabalho e levarem suas reivindicações para a Prefeitura. O movimento surtiu efeito e, até o momento, as escalas da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e da alta complexidade da assistência social foram mantidas da forma como os trabalhadores preferem. Entretanto, os servidores do trânsito e da média complexidade da assistência seguem na luta, entenda abaixo.

Problemas gerados pelas mudanças

Para os trabalhadores da UPA, ao modificar a escala, a gestão propõe na prática um aumento de jornada sem aumento de remuneração, ou seja, o número de plantões seria maior e diferente em cada mês, o que dificulta a organização da vida e prejudica os servidores financeiramente.

Para os trabalhadores da assistência social, além do aumento de jornada, a mudança de escala de 24/72h para 12/36h é prejudicial para a vida pessoal e para o descanso. Um estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT), de 2015, mostrou que a realidade dos trabalhadores da saúde na jornada de 12/36h é de afastamento da família e de amigos, esgotamento mental e físico devido ao pouco tempo de descanso antes do retorno ao trabalho e possibilidades maiores de acidentes de trabalho.

Já os trabalhadores do trânsito, por erros da gestão, estão sendo obrigados a realizar plantões exaustivamente para pagar horas de trabalho que “faltaram”. Entretanto, é difícil para os trabalhadores terem certeza disso já que eles não têm acesso ao registro do ponto biométrico que com certa frequência apresenta problemas, além das escalas não serem organizadas de forma transparente.

Reivindicação dos trabalhadores

A última reunião realizada com a Prefeitura na segunda-feira (25), o SIFAR entregou um documento à gestão que reivindica a regulamentação das escalas, de cada setor, em conjunto com os trabalhadores e não de forma vertical e autoritária como a gestão de pessoas vem fazendo – e que é prejudicial à vida dos servidores. Agora, os servidores mobilizados aguardam uma nova reunião com a Prefeitura para mais uma tentativa de negociação.

O que os trabalhadores estão reivindicando é simples: respeito à jornada de trabalho sem aumento da carga horária, transparência nas escalas, manutenção da escala 24/72h para a assistência social, pagamento de horas extras em feriados, adicional noturno e especialmente diálogo na hora de realizar mudanças que afetam não apenas o trabalho, mas a vida pessoal de cada servidor, que são as pessoas que realmente sabem como é a realidade do trabalho.

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