Araucária tem 1.561 servidores de áreas essenciais faltando, quase 1/3 do necessário

Se você já deu uma olhadinha nas denúncias feitas pelo SIFAR e outras entidades trabalhistas, o município de Araucária sofre com um duradouro desgaste de seu serviço público graças a uma política neoliberal direcionada pela gestão Hissam. O pacotaço é um exemplo disso.

Essa política tenta com todas as forças implodir o serviço público municipal para dar lugar às iniciativas privadas, precarizando o trabalho, terceirizando categorias inteiras, diminuindo salários e benefícios da carreira e criando medidas que degradam até mesmo a aposentadoria.

E como se isso já não fosse ruim o suficiente tanto para o trabalhador, que é sobrecarregado e sofre física e psicologicamente, como para o usuário que só tem acesso a um serviço com a qualidade piorada, a Prefeitura ainda mantém menos servidores do que o município precisa para cargos essenciais da saúde, educação e segurança, enquanto os cargos de interesse (comissionados) estão todos muito bem ocupados e muito bem remunerados. Os números demonstram claramente, confira:

CARGOS COMISSIONADOS

Os Cargos Comissionados, escolhidos a dedo pelo prefeito e pelos Secretários, são os únicos que não sofrem com falta de profissionais. Confira os dados do Portal da Transparência:

  • Total de Vagas Criadas: 304 – 100%
  • Total de Vagas Ocupadas: 297 – 97,7%
  • Total de Vagas Desocupadas: 7 – 2,3%

Muitas delas possuem altos valores remuneratórios e, como não precisam passar por concursos públicos, são as que acabam como cabides de emprego, principalmente em uma gestão irresponsável como a de Hissam, que tem inúmeras denúncia de nepotismo sendo investigadas pelo Ministério Público.

CARGOS DA SAÚDE (CONCURSADOS)

A saúde é um setor do serviço público que sofre com a má gestão há muito tempo. Os moradores da cidade sentem na pele a falta de prioridade e investimento pelas filas gigantescas, na falta de médicos, de materiais, de remédios e de estrutura.

E nada disso é à toa, no Portal da Transparência podemos verificar todos os cargos efetivos (concursados) criados, quantos profissionais estão ocupando esses cargos atualmente e quantas vagas estão em aberto, e os números assustam.

Na área da saúde, segundo a lei nº 1704/2006 que estabelece a demanda de profissionais necessários para o funcionamento do serviço público do município, os cargos estão da seguinte forma:

  • Total de Vagas Criadas: 1.489 – 100%
  • Total de Vagas Ocupadas: 895 – 60,11%
  • Total de Vagas Desocupadas: 594 – 39,89 %

Ou seja, por um projeto de precarização e terceirização, quase 40% das vagas dos profissionais da saúde estão desocupadas, incluindo médicos especialistas, técnicos e enfermeiros. Em algumas áreas a falta de profissionais é escandalosa, confira:

  • Médico Plantonista: de 100 vagas, apenas 2 estão ocupadas;
  • Técnico de Enfermagem: de 225 vagas criadas, apenas 156 estão ocupadas;
  • Pediatra: de 79 vagas, apenas 35 estão ocupadas;
CARGOS DA EDUCAÇÃO E ASSISTÊNCIA (CONCURSADOS)

Já na educação, área essencial para o desenvolvimento de crianças e da seguridade social, a situação também não é nem perto da ideal. Confira os números do Portal da Transparência:

  • Total de Vagas Criadas: 3.334 – 100%
  • Total de Vagas Ocupadas: 2.692 – 80,75%
  • Total de Vagas Desocupadas: 642 – 19,25%

Professoras, pedagogos, assistentes sociais, todas as áreas com falta de profissionais, sobrecarregando os que estão ativos, piorando a qualidade do serviço. Nenhuma das vagas de educação e assistência está com o quadro de ocupação completo, em todos os setores faltam trabalhadores.

CARGOS DA SEGURANÇA (CONCURSADOS)

Outro setor essencial para os moradores de Araucária é o da segurança pública. E como todos os outros, também está com o quadro de funcionários bastante defasado:

  • Total de Vagas Criadas: 706 – 100%
  • Total de Vagas Ocupadas: 381 – 53,97%
  • Total de Vagas Desocupadas: 325 – 46,03%

São 46%, quase metade do quadro de cargos da segurança desocupados. Isso são agentes de segurança que precisam trabalhar em dobro para cumprir com a demanda dos moradores, que é quem acaba pagando a conta dessa falta de vergonha da gestão Hissam.

E tudo isso sem mencionar a política de terceirização de diversos cargos essenciais para a vida do cidadão de Araucária. Ao terceirizar, a gestão tira da ordem da lei a demanda pelo serviço e abre espaço para uma flexibilização que, sabemos, significa piora na qualidade do trabalho e do serviço para o usuário.

Isso não significa apenas que a demanda do município não está sendo atendida corretamente, deixando usuários à mercê de um serviço piorado propositalmente pela política da gestão, como significa também que os trabalhadores que estão contratados permanecem em constante regime de sobrecarga da função, tendo que ocupar as lacunas abertas pela falta de profissionais.

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