9 pontos para entender como a terceirização é prejudicial para o trabalhador

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A terceirização acontece quando, ao invés de prestar um serviço ou fazer concursos públicos para contratar profissionais, a Gestão contrata uma empresa para fazer algo que é de responsabilidade do Estado, pagando esta empresa para que a administração não seja mais responsável por aquele serviço.

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Essa contratação tem a fama de ser mais barata, o que não é verdade. Na saúde, por exemplo, um estudo realizado pelo Complexo Econômico Industrial da Saúde (CEIS) mostra que as unidades de saúde terceirizadas custam até 2,4x mais. Em Araucária, as gestões terceirizadas do Hospital Municipal (HMA) foram investigadas por desvio de verba pública e superfaturamento.

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Mesmo assim, quase sempre essa contratação oferece uma remuneração menor para o trabalhador que é contratado pela empresa, ou seja, a terceirização é, por consequência, a precarização do trabalho. 

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No setor público existe uma pressão muito grande para o desmonte dos cargos e carreiras para que haja a substituição destes trabalhadores por terceirizados. Esse desmonte se dá sempre com desculpas de “modernização”, “otimização”, mas a verdade é que os contratos mais precários geram piora no atendimento do serviço público.

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Embora a desculpa para isso seja sempre o orçamento apertado do Estado, a terceirização não é exclusivamente utilizada em casos de orçamento deficitário. Com ou sem déficit, cada vez mais os governos estão passando projetos para deteriorar os cargos públicos como uma forma de beneficiar a iniciativa privada. 

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O pacotaço é um exemplo disso, quando a gestão consegue implementar projetos para reduzir salários e bonificações, desestimula o serviço público, que muitas vezes perde a capacidade de oferecer condições melhores para atrair trabalhadores especializados deixando de disponibilizar os serviços necessários à sociedade mesmo em áreas remotas.

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Sendo desmontado e oferecendo piores condições de trabalho, o setor público acaba com vagas menos atrativas, impulsionando uma verdadeira migração de profissionais qualificados e necessários, para o setor privado, mudando a lógica do serviço e do trabalho da qualidade e acessibilidade para o lucro.

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Além disso, a terceirização piora o serviço, basta olhar para o Hospital Municipal de Araucária e o Pronto Atendimento Infantil (PAI) com longas filas de espera, algumas chegando a seis horas. É por isso que qualquer desmonte do setor público precisa ser rejeitado e combatido. Ao mudar a lógica do trabalho para ampliar o lucro, o usuário e o trabalhador saem perdendo.

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Para o usuário resta apenas um serviço de pior qualidade, pois os trabalhadores estão insatisfeitos, mal remunerados e desgastados, e falta de acessibilidade e universalidade de setores essenciais como saúde, educação e segurança, onde agora é preciso pagar ou deixar de utilizar o serviço por falta de profissionais, insumos, materiais e equipamentos.

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