Além de querer acabar com a carreira e a aposentadoria, Prefeitura deve 11,41% aos servidores

Tudo subiu e os salários continuam abaixo da inflação, essa é a realidade dos trabalhadores, e em Araucária não é diferente. Atualmente, a Prefeitura deve aos servidores 11,41% de perdas inflacionárias, sendo que 7,20% é a porcentagem devida aos servidores dos últimos anos por conta do congelamento salarial, o restante é referente aos últimos 12 meses da inflação.

Com o pacotaço, a Prefeitura quer enganar os trabalhadores propondo um aumento salarial inicial de algumas categorias, entretanto, esconde que se pagasse o que deve aos servidores (11,41%), o aumento proposto não seria tão grande assim. E ainda que em pouco tempo – em apenas três anos – o reajuste inicial deixa de valer a pena e o salário dos servidores fica completamente achatado.

Além disso, se a administração quisesse, seria possível fazer uma proposta na data-base de ganho real, uma porcentagem a mais no salário, para além da inflação, como uma forma de valorização. Em 2022, por exemplo, os servidores reivindicaram R$ 500 a mais incorporados no vencimento como ganho real, entretanto, a reivindicação não foi atendida pelo executivo. O valor faria muita diferença, principalmente para os que entraram há pouco tempo no serviço público.

É uma escolha política da gestão Hissam acabar com os Planos de Cargos Carreiras e Salários (PCCV) dos servidores já que o município tem arrecadação suficiente para valorizar e investir no serviço público (R$ 1,3 bilhão), entretanto, a escolha é por achatar os salários e desincentivar a qualificação profissional.

Os Auxiliares de Saúde Bucal, por exemplo, têm hoje o vencimento inicial de R$ 1.930,27 e se a Prefeitura pagasse a estes servidores o que deve da inflação (11,47%), o vencimento chegaria a R$ 2.150,51. Com o PCCV atual, em 10 anos, os ASBs podem dobrar o seu salário com um crescimento financeiro de 116%. O valor pode chegar em R$ 4.641,31, se o servidor ou servidora realizar as progressões por qualificação e titulação, além do triênio e o quinquênio.

Já a proposta do pacotaço é de um aumento do salário inicial com o achatamento em menos de três anos. Os ASB, por exemplo, cresceriam apenas 22% em 10 anos, o que significa um vencimento de R$ 2.876,17. A diferença entre o que é possível conquistar no PCCV atual e a proposta da Prefeitura é enorme, e se isso ainda não ficou claro, em 10 anos, a diferença dos ASBs pode chegar a quase R$ 2 mil por mês.

O pacotaço é o achatamento das carreiras e a impossibilidade de crescimento financeiro e de qualificação profissional. A data-base está chegando e por isso, além de cobrar o reajuste devido aos servidores, é preciso cobrar que o pacotaço não seja aprovado.

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