Bolsonaro foi derrotado nas urnas, mas seu legado de morte precisa derrotado nas ruas

12 de dezembro de 2022, dia da diplomação de Lula como presidente eleito após a derrota de Bolsonaro nas urnas. Dia também marcado pela violência bolsonarista por parte de manifestantes que foram às ruas quebrando tudo o que viam pela frente em defesa da volta da ditadura militar. As atitudes violentas confirmam a necessidade de derrotar esse projeto político conservador e fascista do ex-presidente para além das eleições.

As ações bolsonaristas foram coordenadas, tudo aconteceu simultaneamente naquela noite: os ônibus e carros queimados, a tentativa de jogar um ônibus do viaduto como tentativa de homicídio dos que passavam, as tentativas de sequestro. Tudo isso com o financiamento do empresariado brasileiro que têm distribuído verbas para a manutenção dos atos que ferem às liberdades democráticas dos trabalhadores e com o aval do ex-presidente Bolsonaro, que liberou até a casa oficial da presidência para refugiar os bolsonaristas envolvidos na violência daquela noite, demonstrando a relação clara dele com as manifestações.

Enquanto isso, os escândalos deixados por Jair começam a ficar cada vez mais transparentes, o governo de extrema direita priorizou – como esperado – o empresariado e as relações políticas de poder. Bolsonaro e sua trupe na Câmara e no Senado desviaram cerca de R$ 19 bilhões só em 2022. Para 2023, o desvio de verbas previsto para o orçamento secreto era de mais R$ 20 bilhões, dinheiro tirado diretamente de programas sociais.

O mais revoltante é que enquanto os parlamentares se esbaldaram nas verbas públicas, a saúde perdeu milhões: entre 2022 e o orçamento previsto para 2023, a diferença é de R$ 22 milhões. Programas como farmácia popular, controle de tratamento de HIV/Aids, rede de atenção materno infantil, entre tantos outros, perderam quase tudo do seu orçamento, tornando impossível a manutenção desses serviços essenciais para a população nesse cenário. A assistência social teve cortes de mais de R$ 14 bilhões no orçamento de 2023, para todo o sistema de atendimento às pessoas em vulnerabilidade social estão previstos apenas R$ 9 milhões, um verdadeiro absurdo que pune os trabalhadores mais pobres!

O cenário caótico de violência, corrupção, desemprego, e de uma crise financeira enorme no país, reafirma que independente da eleição de Lula os desafios da classe trabalhadora são imensos. Eleger Lula derrotou o Bolsonaro nas urnas, entretanto, há muito para ser feito nas ruas para derrotar o bolsonarismo e o legado da morte que os quatro anos de governo deixaram para trás. Será preciso ampliar a organização independente dos trabalhadores, que não ande de mãos dadas com Lira, a direta, o centrão e os antigos aliados do bolsonarismo. Precisamos lutar pela revogação completa da reforma trabalhista e da previdência, pelo fortalecimento dos serviços públicos, da assistência social à cultura, e para isso será necessário a pressão dos trabalhadores nas ruas!

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