Deputados querem cortar da saúde, educação e infraestrutura para inflar recursos do fundo partidário

Nesta semana, os vereadores de Araucária aprovaram em segunda votação o aumento de 60% nos próprios salários. Enquanto isso, em Brasília, deputados querem dobrar o valor destinado ao Fundo Eleitoral, verba que financia campanhas eleitorais e beneficia diretamente seus partidos e suas candidaturas. O aumento é de 120%, o que faria o valor saltar dos R$ 1,7 bilhão usados na eleição de 2018 para R$ 3,8 bilhões em 2020.

Para que essa proposta absurda seja efetivada, planejam cortar 500 milhões da Saúde, 280 milhões da Educação e R$ 380 milhões da Infraestrutura, que engloba ações de habitação e saneamento.

O aumento é revoltante. Vivemos em um país com 13 milhões de desempregados, onde quase 100 milhões de pessoas vivem sem coleta de esgoto, o que representa metade da população.

O Fundo Eleitoral foi criado em 2017, quando foram proibidas as doações feitas por empresas para obter vantagens junto ao candidato que ajudassem a eleger. A mudança foi um avanço, mas não impediu que o país continue sendo governado em nome dos interesses dos grandes empresários e ainda trouxe outro problema. A maioria dos políticos, que decide como esse Fundo deve ser organizado, quer manter as mesmas campanhas milionárias de antes, ao invés de reduzir os custos para se adequar à realidade do investimento público.

A postura dos vereadores de Araucária e dos deputados em Brasília escancara o lado perverso do discurso sobre a crise econômica. Enquanto governos e patrões exigem sacrifícios cada vez maiores dos trabalhadores, os verdadeiros privilegiados de nosso país aumentam suas regalias com a ajuda do poder público.

Em 2018, o Brasil ganhou 14 mil novos milionários. A renda do mais ricos cresceu, enquanto a dos mais pobres diminuiu. Ao invés de mexer nos verdadeiros privilégios, os governos propõem medidas que só aumentam a desigualdade. A chamada carteira de trabalho verde-amarela, imposta por Bolsonaro com a Medida Provisória 905/2019, tira dos trabalhadores e desempregados para dar aos patrões. Com o discurso hipócrita de combate ao desemprego, o governo cria regras para a contratação de jovens trabalhadores de 18 a 29 anos, rebaixando direitos básicos, como o valor da multa do FGTS em caso de demissão.

É preciso somar forças contra essas medidas, que aumentam a miséria do conjunto da população trabalhadora para aumentar as regalias de empresários e banqueiros que são os verdadeiros privilegiados de nosso país.

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