Devio de função prejudica atendimento à população

Como diz o ditado: a corda sempre arrebenta para o lado mais fraco. Com a falta de profissionais concursados na saúde pública em Araucária, os servidores são obrigados a fazer atividades que não são sua função. Assim, ficam ainda mais sobrecarregados e, muitas vezes, deixam de fazer aquilo para o qual foram contratados.

Uma das categorias que mais sofre com a falta de profissionais são os agentes comunitários de saúde, sem processo seletivo há quase 10 anos. Além de terem que cobrir até três vezes a sua área territorial, em muitas unidades os agentes precisam dar conta do trabalho administrativo, que não é função dessa categoria.

O problema é antigo de outras gestões e existe antes mesmo de Hissam assumir a administração municipal. Mas, o atual prefeito prometeu acabar com o desvio de função na cidade e não é isso que temos visto.

Em vários postinhos, são os agentes comunitários de saúde que marcam as consultas com os pacientes por telefone e também fazem o trabalho de recepção da unidade. Essas tarefas deveriam ser desempenhadas por trabalhadores administrativos e da equipe de enfermagem.

Mas, você pode pensar que isso não é um problema, já que, de uma forma ou de outra, o trabalho vem sendo realizado, certo? Porém, a função desempenhada pelo agente comunitário de saúde é muito importante para a comunidade. São eles que fazem o elo da unidade de saúde com a população, já que conhecem o bairro e vão até as casas dos pacientes, visitam gestantes, bebês prematuros e recém-nascidos, idosos e pessoas com dificuldade de locomoção.

Além disso, esses trabalhadores fazem relatórios epidemiológicos e campanhas de prevenção e vacinação, por exemplo, dentre inúmeras outras funções.

Agora, se esses trabalhadores estão desempenhando outras funções a mando da Prefeitura, quem faz o trabalho do agente de saúde? Ninguém. Com isso, uma parcela importante da população de Araucária tem ficado sem o acompanhamento necessário.

Além dos agentes comunitários, outros profissionais continuam em desvio de função enquanto a administração municipal não chama servidores aprovados nos últimos concursos públicos, como os auxiliares da saúde bucal e os auxiliares de enfermagem.

Quem perde com isso é a população, que deixa de ser atendida em uma ponta para não descobrir a outra. E, assim, temos profissionais sobrecarregados e a saúde pública precarizada de mais uma forma.

Por isso, precisamos lutar juntos em defesa da melhoria dos serviços públicos de saúde!

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