Todo apoio aos trabalhadores em luta: intervenção militar não!

Firmes, Caminhoneiros! O caminho é a luta contra o governo e os patrões!

O Sindicato dos Funcionários Públicos de Araucária (SIFAR) e o Sindicato do Magistério Municipal de Araucária (SISMMAR) manifestam seu apoio à greve nacional dos caminhoneiros. Nos solidarizamos com a luta destes trabalhadores que enfrentam diariamente o risco nas estradas, a violência, o desgaste da saúde física e mental, o custo de manutenção dos caminhões, os pedágios e o valor do combustível, que também recai sobre os demais trabalhadores.

Num movimento absurdamente antidemocrático, Michel Temer decretou a repressão do movimento com uso das forças armadas. Desta forma, Temer demonstra sua falta de capacidade de dialogar com trabalhadores e com as classes que mais têm sofrido com a crise do capitalismo.

Não podemos aceitar medidas como essa que buscam calar a voz de quem clama por justiça. Os caminhoneiros representam uma das categorias que tem as condições de trabalho mais precarizadas. A crise econômica produzida pelo capitalismo amplia o desemprego e piora as condições de vida. A burguesia e os governos querem que os trabalhadores paguem pela crise, ampliando a exploração e atacando direitos – terceirização, reforma trabalhista, congelamento de gastos federais por 20 anos. A reforma da previdência foi adiada devido à resistência dos trabalhadores e à impopularidade com a proximidade das eleições – numa clara demonstração sobre o interesse de se manter no poder. Mas essa questão não está esquecida, apenas silenciada, visto que será a primeira pauta do futuro presidente eleito.

Esses ataques não são novos. Ocorreram também nos governos do PSDB e, inclusive, do PT. Mas, têm sido aprofundados duramente pelo governo Temer contra todos os trabalhadores, independente da categoria, do setor privado ou do serviço público. A corrupção escancarada, de todos os grandes partidos, é uma das formas de desviar o dinheiro público. Mas, também existem as formas “legalizadas”, como as isenções fiscais, o pagamento de juros da dívida pública, os recursos do BNDES e as privatizações. Por esses mecanismos “legais”, bilhões são desviados diariamente da educação, da saúde e das políticas sociais para engordar os bolsos de empresários e banqueiros.

Com tanta podridão, alguns acham que a solução é a intervenção militar. Desconhecem que todos esses ataques também foram realizados pelo regime militar, de forma ainda pior. Além do dinheiro público investido para o grande empresariado (como empreiteiras envolvidas na lava-jato, da indústria, do agronegócio), a ditadura ainda reprimia brutalmente os trabalhadores.

A greve era proibida, assim como a liberdade de expressão e de imprensa. A voz de quem se manifestava era calada. Nessa forma de governo a exploração não tem freios e quem reclama é duramente reprimido, torturado, exilado.

A intervenção militar não pode ser vista como alternativa aos problemas da crise. Foi durante a ditadura que, além de todos os crimes de tortura, alienação cultural do povo, a corrupção correu solta e sem que se pudesse denunciá-la ou combatê-la.

Por isso, não devemos ter ilusões nas eleições ou no exército. A única saída é a luta. Paralisar a produção e circulação de mercadorias e os serviços públicos rumo a uma grande greve geral no país, que faça a burguesia e o governo recuarem nos ataques. Todas as formas de resistência e luta dos trabalhadores são legítimas e contribuem para esse objetivo. Por isso, apoiamos a greve dos caminhoneiros.

Porém, os interesses dos caminhoneiros assalariados e autônomos não são os mesmos dos proprietários de grandes empresas de transporte.

Aos primeiros, interessa um salário ou rendimento suficiente para garantir o sustento digno de suas famílias e boas condições de trabalho. A eles, interessa que o governo controle o preço dos combustíveis para reduzirem os custos com o trabalho e para diminuírem o custo geral dos produtos consumidos por todos os trabalhadores.

Já para os empresários do transporte interessa ampliar seus lucros com o aumento da exploração dos caminhoneiros, pagando menores salários e menores valores de frete. Além disso, lhes interessa diminuir impostos patronais. Com a redução do PIS/Cofins, proposta pelo governo, recursos que iam para o seguro-desemprego, abono salarial, previdência, saúde e assistência social ficarão no bolso dos empresários. Por isso, diferente de entidades patronais, defendemos redução de impostos somente para os trabalhadores, diminuindo a taxação sobre os salários e o consumo popular. Os impostos sobre os lucros, a grande propriedade e as grandes fortunas devem ser aumentados.

Que os capitalistas paguem pela crise. Todo apoio à greve dos caminhoneiros Construir a Greve Geral para barrar os ataques da burguesia e seus governos Nenhuma ilusão nas eleições ou nos milicos. A saída é a luta.

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